Para onde vai o quarto poder? II
Há algum tempo eu inventei o "press leftismeter", um instrumento para medir o grau de esquerdismo dos jornalistas. É simples: quanto menos entende de economia, mais esquerdinha é o sujeito. Fora do jornalismo, muita gente que não entende nada de economia não é de esquerda, mas na mídia esse é um termômetro que costuma funcionar bem. Isso explica por que 99% dos jornalistas culturais brasileiros são de esquerda. Como não sabe nada sobre economia, o sujeito que escreve sobre cinema marginal soteropolitano ou sobre arte experimental no Capão Redondo encontra na crueldade do neoliberalismo e na opressão do capital financeiro dois grandes aliados para tornar seus textos mais engajados. Outro sintoma claro do esquerdismo na imprensa cultural é debitar tudo o que há de ruim no mundo, de unha encravada a prisão de ventre, na conta de George W. Bush. Eu também não gosto de Bush, mas suspeito que nem tudo o que ocorre de errado na Terra seja culpa dele ou dos EUA. O Ruy Goiaba já notou, por exemplo, que o Sérgio Dávila acredita que tudo o que acontece nos EUA se deve ao "neoconservadorismo da era Bush"
PS: Sim, eu sei que muitos jornalistas econômicos são de esquerda, o que poderia indicar que é falso o princípio de que o sujeito é mais esquerdinha quanto menos entende de economia. Essa objeção é bobagem. Ou você acredita que jornalista econômico no Brasil entende de economia?
PS: Sim, eu sei que muitos jornalistas econômicos são de esquerda, o que poderia indicar que é falso o princípio de que o sujeito é mais esquerdinha quanto menos entende de economia. Essa objeção é bobagem. Ou você acredita que jornalista econômico no Brasil entende de economia?
3 Comments:
Me pergunto se o inverso tb é verdadeiro: quanto menos o jornalista entende de cinema marginal soteropolitano mais direitista ele é. Isso explicaria muita coisa.
By Anônimo, at 8:43 PM
Caro Fernando,
É um ponto interessante. Vou ver se desenvolvo o "press righstismeter", levando em conta o conhecimento cultural do sujeito. Conheci um professor que achava que 1984 tinha sido escrito pelo Orson Welles e ele era quase fascista. Volte sempre
Um abraço,
Marcos
By Marcos Matamoros, at 3:30 PM
Com raríssimas exceções (três na verdade, que não vou abrir para não encher demais a bola destes caras), jornalistas econômicos não são nem jornalistas, nem econômicos (OK, economistas, mas como ficaraia o trocadilho?).
By Anônimo, at 9:41 AM
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