Pelo fim do acaju
Eu sempre fui um humanista. Perdi a conta das vezes em que discuti com meu pai sobre a pena de morte, atacando a idéia com veemência. Nos últimos tempos, porém, cheguei à conclusão de que a pena capital pode e deve ser adotada como punição para um tipo de criminoso hediondo: o homem que pinta o cabelo, principalmente se a tintura escolhida for o acaju. Confesso que hesitei antes de tornar a idéia pública. Estaria eu propondo uma medida muito radical e desproporcional ao crime cometido? Bastaram alguns minutos de transmissão de uma das sessões do Senado para perceber que a proposta é não apenas sensata como indispensável. A imagem do senador José Agripino Maia vale mais do que mil palavras. Se você não se convenceu, veja esta foto do Jáder Barbalho. Pela minha experiência, a maior parte dos sujeitos que pinta o cabelo não é confiável, para dizer o mínimo, e uma parcela razoável é formada por escroques mesmo. Eu sei o que muita gente vai dizer: "Ah, mas eu tenho um tio tão bonzinho que pinta o cabelo". Eu também tenho, e nem por isso vou desistir do projeto. Livrar o mundo das cabeleiras tingidas é uma bandeira pela qual vale a pena lutar. Eu me sinto tentado inclusive a usar o argumento de meu pai em favor da pena de morte. Quando eu digo a ele que existe o risco de se matar um inocente, ele rebate com ênfase: se você matar 1.000 inocentes para cada culpado, ainda assim a pena de morte terá cumprido sua função! Não vou tão longe como meu pai, mas acho que a eliminação de um ou outro bonachão com o cabelo acaju não é suficiente para tornar menos tentadora a perspectiva de um mundo capilarmente mais bonito, sem agripinos nem barbalhos
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