Previsões II
É da natureza do ser humano se regozijar com o acerto de previsões, por mais triviais que sejam. O prazer de acertar também é muito maior quando as previsões são catastróficas. Outro ponto importante: intelectuais que vaticinam o caos têm mais ibope, o que é um estímulo para que profecias pessimistas surjam com uma freqüência elevada. Veja o caso dos desequilíbrios da economia americana. Há quanto tempo caras como o Paul Krugman dizem que a situação é insustentável? Depois de algum tempo, o que era profecia se torna torcida. Imagine o prazer desses caras se realmente os EUA entrarem em colapso? O risco de uma recessão global fica em segundo plano numa hora dessas - o intelectual quer mais é que a realidade comprove suas idéias. Se a realidade insistir em contrariar as previsões, é só fazer como jornalistas brasileiros de esquerda: minimize qualquer avanço e lembre dos grandes problemas estruturais que continuam a existir. A economia cresceu 5% no ano passado? Grande coisa! Isso é pouco para um país que tem a segunda pior distribuição de renda do mundo. A partir daí, o caminho é simples e conhecido. É só repetir as profecias catastrofistas usuais. Pode não ser o mais honesto intelectualmente, mas aumenta o apelo com o público leitor, inclusive - e talvez principalmente - com o público feminino
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